Isso é o que tu dizes

Cavaco: Quem não votar perde legitimidade para criticar próximo Governo
Público Online


É um direito inalienável de todos os cidadãos criticarem ou defenderem o governo da nação.
É um direito totalmente independente, que decorre da própria cidadania e que não é limitado pelas escolhas do cidadão.

Quem apoia um dos candidatos, e por acréscimo o nosso modelo político, DEVE VOTAR.

Quem aprova o modelo de democracia em vigor, mas rejeita todos os candidatos, DEVE VOTAR EM BRANCO.

Quem reprova o modelo de democracia representativa indirecta que é adoptado em Portugal NÃO DEVE VOTAR.


A abstenção é uma escolha legítima!

Os Privilégios de Uma Casta

Presidente da Associação Juízes para a Cidadania concorda com pena para jovens agressores
Público Online


Não irei comentar o ataque de histeria que tomou conta dos Media e da opinião pública.
Sem querer desculpar a agressão, não a considero inédita, nem sequer uma característica dos tempos em que vivemos e muito menos o anunciado fim da civilização.

Porém, tenho que concordar com Marinho Pinto que este processo é mais um sintoma de uma casta que governa o país sem qualquer controlo.
O Direito português tem a pretensão de que o Juiz é um poço de sabedoria, infalível e inimputável. São os juízes que se avaliam a si próprios e, como é natural, se recusam a reconhecer a existência de incompetência no seio da sua Casta. Mais preocupante ainda é o facto de os juízes serem o principal bloqueio a qualquer reforma do sistema judicial.

Ficamos apenas com três exemplos de crimes muito mais graves que não deram origem a prisões preventivas:

Isaltino Morais - Em que a possibilidade de intervir e adulterar provas era real
Tentativa de Homicídio numa Esquadra – Alguém que tenta matar outro a tiro numa esquadra é um perigo para toda a sociedade
Juíza alcoolizada em contra-mão – Crime extremamente grave e perigoso que mereceu uma reprimenda aos polícias que detiveram a juíza.

Não pode haver lugar para privilégios de casta em Portugal!

A Nave dos Loucos

A montanha russa de Passos Coelho
Público Online


Passos Coelho
Entrou a dizer que ia privatizar tudo.
Depois, à medida que o tempo foi passando, foi retirando coisas da sua lista de privatizações.

Ameaçou que ia cortar ou mexer em todos os subsídios.

Depois, quando percebeu que num país que caminha a passo acelerado para os 20% de desemprego esse tipo de discurso pode não cair bem, decidiu deixar morrer o assunto.

Começou por dizer que achava que o PEC não ia longe o suficiente.

Depois, quando percebeu que o FMI é quase tão popular como a Peste Negra, tentou transformar a campanha num referendo a Sócrates

José Sócrates
Respondeu à privatização com a defesa da economia estatal.
Tornou-se um arauto das empresas públicas, depois de ter passado dois mandatos a conspirar para as tornar insolventes.

Sacralizou o Estado Social como resposta aos cortes de Passos Coelho.
Adoptou o discurso da sacralização do Estado Social, depois de ter estado quase dois mandatos activamente empenhado no seu desmantlemento

Afirmou que o PEC IV era a salvação de Portugal.
Continua a defender um PEC que não conseguiu aprovar, mas assinou um compromisso bem pior com a Troika, e com direito a uma reprimenda por só ter pedido ajuda à beira da bancarrota.

Entre um suicídio estiloso com José Sócrates, talvez com uma espada de Samurai e a beber um chá, ou um bem mais deselegante às mãos de Passos Coelho, do tipo saltar de um quinto andar, não admira que os portugueses tenham imensas dúvidas!

Como é que ele se aguenta?

PSD: 35,8%
PS: 34,1%


Há uma coisa que não pode deixar de surpreender:
Como é que Sócrates se consegue aguentar?!?


Tem grande parte da imprensa e a quase totalidade dos opinion makers do país contra ele.
Para todos os efeitos é, no mínimo, o Primeiro-ministro em exercício numa das piores crises dos últimos cem anos.
A generalidade dos que ocupavam o cargo quando esta crise rebentou ou já caíram, e quase sempre com grande estrondo, ou estão na eminência de sofrerem derrotas esmagadoras.

Pode ser que uma paixão descontrolada, tipo Atracção Fatal, tenha tomado conta do povo Português ou que o líder do PSD tenha conseguiu a proeza de aterrorizar grande parte do eleitorado.

Pode ser que o povo Português já tenha percebido que quem manda realmente é a tal Troika e que é irrelevante saber quem vai fazer cumprir o malfadado acordo.

Pode ser que os eleitores já tenham percebido que o governo de Portugal se tornou numa completa inutilidade e prefiram alguém que já conhecem.

Pode ser que o povo português já tenha compreendido que a tragédia é irreversível e prefira afundar-se ao som de um show man com o calibre de Sócrates.

Mas como é que o homem se aguenta?!?

As Tais Leis Muito Bem Feitas

Tribunal diz sim à providência cautelar interposta por Garcia Pereira
Canais generalistas obrigados a realizarem debates entre MRPP e outros partidos

Público Online


É frequente ouvir dizer que Portugal tem um sistema legal muito bom, mas que não é bem aplicado. É uma daquelas patranhas que serve apenas para nos distrair do facto de termos um dos piores sistemas judiciais do mundo democrático.

Este é mais um exemplo primoroso de um sistema legal cujo problema é menos não ser aplicado do que ser totalmente inaplicável.

A seguir esta lei à letra, teriam que existir centenas de debates em cada acto eleitoral.
Ou seja, em vez de ajudar a esclarecer os eleitores, esta lei tem um efeito perverso e serve apenas para impedir os debates eleitorais, assim impedindo o mesmo esclarecimento que visa promover.

O nosso sistema legal é tão perfeito que degenera na imperfeição absoluta.

Essa Pago Para Ver

Passos anuncia site para nomeações
Público Online


Passos Coelho anunciou um site público com todas as nomeações do governo.
Parece-me bem, mas tenho imensas dúvidas que esta proposta sobreviva a 5 de Junho.


Apesar da notícia no Público vir no sentido garantir que as futuras nomeações sejam transparentes, outros interpretaram como uma ameaça velada de publicar as nomeações efetuadas no governo cessante. Ou seja, em vez de promover a transparência, serviria apenas como arma de arremesso.

Alguns dizem que temos que dar o benefício da dúvida e admitir que Passos Coelho tem a intenção de cumprir esta promessa, embora o benefício continuado da dúvida seja uma forma pouco refinada de estupidez. Aliás, a ideia é um pouco vaga e nada garante que as malhas da rede deste site não sejam demasiado largas ao ponto de permitirem alegações do estilo “esta nomeação não é do Governo mas sim do Instituto X ou Y”.

A verdade é que a falta de transparência nas nomeações tem sido uma prática comum de todos os governos PS e PSD.
Depois de 37 anos de democracia dita representativa, já não há lugar para o benefício da dúvida

O Labirinto da Austeridade

Sócrates em contra-ataque: Passos Coelho põe em causa “esforço dos portugueses”
Público Online


A experiência grega já vai suficientemente avançada para percebermos a vacuidade dos discursos de campanha de PS e PSD, mas também a inutilidade do esforço dos portugueses.

O modelo de austeridade imposto pela UE não está a funcionar e está em vias de se tornar no principal causador do colapso do Euro. PS e PSD sugerem versões mais ou menos mastigadas da mesma receita, o que torna o debate absolutamente redundante.

Os discursos políticos de PS e PSD parecem uma animada e inútil discussão entre físicos medievais.
O primeiro promete curar o doente com sanguessugas e o segundo com uma sangria, mas entretanto, o doente vai morrendo com uma simples infecção, que os ditos sábios não conseguem identificar e muito menos tratar.

O Titanic dirige-se para o Iceberg e há duas bandas a tocarem no convés!

Memórias Selectivas

Portas desafia PS e PSD a pronunciarem-se sobre salários dos gestores públicos
Público Online

É sempre bom ver alguém a martelar o PS e o PSD pela sua protecção despudorada aos salários dos gestores público. No entanto, vindo de quem vem, não pode deixar de ter a sua piada.

O PP na oposição tem sido um lutador irredutível contra os salários milionários dos gestores públicos, mas, quando esteve no governo, fez questão de abrir as portas da função pública a um vasto escol de incompetentes.

Como o PP só por raras vezes conseguiu sentar o rabo na cadeira do poder, consegue a proeza de passar desapercebido. A verdade é que, nos escassos dois anos e meio em que esteve no governo, o PP teve que recrutar gente que nem sequer possuía aquilo a que se deu o bonito nome de currículo político, que normalmente serve para disfarçar a incompetência total e a inexistência de um verdadeiro Currículo.

Escusado será dizer que, muito em breve, o PP vai esquecer os discursos de campanha e começará procurar nos armários esquecidos das suas distritais os nomes que vão ocupar os mais altos cargos da administração pública.

DEMO.CRATICA

Finalmente, alguém se deu ao trabalho de vigiar os nossos auto-proclamados representantes.
Este tipo de acção por parte de cidadãos e activistas tem causado bastante impacto no Reino Unido e nos Estados Unidos.

Numa altura em que os cidadãos começam realmente a compreender o que a palavra representação significa para a classe política, estas iniciativas são essenciais.
Este site utiliza basicamente a informação que o Parlamento já colocava de forma dispersa e algo confusa, tornando-a mais acessível e retirando-lhe a gordura.

O site chama-se DEMO.CRATICA e está ainda em fase Beta.

A Orgia Ainda Dura

Governo admite seis nomeações em gestão com “rigor, escrúpulos e estrita necessidade”
Público Online


Diz-se que estes seis senhores se tratam de casos especiais que não poderiam esperar pelas próximas eleições. Hmm!

A era de ouro da democracia representativa já esgotou completamente toda a nossa reserva de boa vontade para com o frenesim de actividade que costuma tomar conta dos governos em gestão.
Eram os tempos do regabofe dos despachos, contratos milionários e nomeações políticas pela noite dentro!
Hoje em dia, a nossa tolerância é zero!

Alguém consegue explicar porque motivo são tão urgentes as nomeações de um coordenador para o Plano Nacional para a Saúde Mental e, especialmente, a de um funcionário do gabinete de ligação da marinha?

Parece-me que o plano de saúde mental e as ligações da marinha bem podiam ter esperado mais um mês. Ou será que a urgência é outra?!?

O Futebol tem gente mais séria!

Frente a frente
Sócrates aponta contradições, Passos responsabiliza PS

Público Online


Entre este debate e os painéis de futebol que animam as barracas do peixe da televisão portuguesa não há grandes diferenças.
Aliás, a haver alguma, é claramente em vantagem da malta do futebol.
Para a próxima esperamos que venham com cachecóis, bandeiras e tochas. Só faltou mesmo isso!

Mesmo o comentador de futebol mais corrupto, maledicente, parcial e histérico tem mais honestidade intelectual que estes dois.
Já para não dizer que deseja sinceramente o melhor para o seu clube, o que está longe de ser o caso destes!

Grande Vitória para a Abstenção!

PSD e PS perdem votos mas “laranjas” alargam vantagem
Público Online


Há duas coisas que os eleitores portugueses já compreenderam:

O voto nestas eleições é inútil

O futuro governo está comprometido com o pacto de austeridade, totalmente dependente do calendário político alemão e garrotado por uma taxa de juro que mais parece um saque.
Seja quem for o vencedor, não há como contornar estas condições.

O PS e o PSD são a mesma coisa
Ambos são responsáveis pela debilidade da nossa economia e pelas assimetrias da sociedade portuguesa.
Estes dois partidos são o garante do sistema e quem mais lucra com ele.
Tanto o PS como o PSD estão dispostos a mergulhar o país no terceiro mundo desde que isso lhes garanta o monopólio do poder político em Portugal.

E chama-se Programa do FMI

PS, PSD e CDS "têm programa comum", diz Jerónimo de Sousa
Público Online

É um facto que os três partidos do chamado arco da governação parecem ter um programa semelhante. No entanto, nenhum deles pode reclamar a sua autoria.

O PP parece fazer de contas que não tem realmente um programa, para colocar em evidência uma especificidade que possivelmente não possui.
O PSD está apostado em descolar do FMI…superando-o em todos os aspectos,
O PS quer criar a ilusão de que não está obrigado a cumprir nada, preferindo na desconstrução de programas eleitorais alheios.

O pretenso neo-liberalismo dos programas eleitorais destes partidos está na matriz da própria ajuda do FMI. É um guião que, malgrado o tom e substancia dos discursos de campanha eleitoral, pressupõe a destruição irreversível do sistema português.
O próximo governo será uma comissão de liquidação, independentemente das intenções ou discursos partidários.

O PCP tem a vantagem de não ter participado na negociação com a Troika, que decorre da enorme desvantagem que é não pertencer ao arco da governação. É possível ao PCP apresentar um programa de governo alternativo ao FMI, pelo simples facto que este não é verdadeiramente um plano de governo.

A Democracia representativa Portuguesa no seu melhor:

P.S: A culpa é da crise internacional, o Sócrates é lindo, fala bem e tudo vai bem no melhor dos mundos possíveis
PSD: A culpa é do PS, vamos muito além do que o FMI pede e estamos prontos a privatizar por tuta e meia tudo o que mexa
CDS: A culpa definitivamente não é nossa, não propomos nada, mas, se não gostas dos outros dois, vota em nós
PCP: A culpa é de todos os outros, somos frontalmente contra todos eles e, se votarem em nós, vamos fazer muito barulho
BE: A culpa é do Sócrates e olhem para a nossa moderada, respeitável e nada esquerdista cor verde

Sai um Valium e um shot de Whisky para a mesa dos senhores eleitores.

1 de Maio de Luto

Neste Dia do Trabalhador, Portugal vive um momento extremamente difícil e impar na sua História.

Tudo indica que o FMI vem a Portugal aplicar uma cartilha extremamente liberal, que visa a transformação total da nossa economia e modelo social. É um ataque ao elo mais fraco do modelo social europeu, as chamadas economias periféricas.

Uma parte do PSD e do PS concordam em larga medida com estas propostas neo-liberais.
As alas esquerdas destes partidos e o próprio PP, não têm forma de se opor ao FMI, ainda para mais num quadro europeu claramente hostil.

O PCP e o BE apesar de poderem funcionar como pólo de oposição, estão condenados à redundância e nunca vão poder negociar com o FMI.

Em suma, estamos à beira do fim do modelo português que, apesar dos seus múltiplos erros, arrancou o país da Idade das Trevas.

E o FMI parece muito preocupado com isso!

PCP não reconhece “legitimidade” ao FMI
Público Online


É um facto que o FMI não tem legitimidade nenhuma.
O FMI não é eleito por ninguém e não representa verdadeiramente estados ou cidadãos.
Quando o PCP diz que não reconhece o FMI, está a marcar uma posição e a dizer algo que, na linha do que tem defendido, parece até bastante óbvio.

Mas a verdade é que o FMI não está muito preocupado com isso.
O FMI tem um tipo de legitimidade diferente, algo semelhante ao de um padrinho da máfia.
O poder, e com ele a legitimidade, decorre do facto do estado português não outra opção para obter o crédito de que necessita.

O FMI é um gangster que numa mão tem o dinheiro que necessitamos e na outra a pistola.
Um poder deste estilo transcende largamente a questão da legitimidade.

Sai Uma Sondagem Fresquinha!

Nova sondagem revela PSD a perder terreno para o PS
Público Online


Cada vez se torna mais evidente que os portugueses não vêm grandes diferenças entre PS e PSD.
Esta nova sondagem vem provar precisamente isso.


Para os portugueses é cada vez mais óbvio que os verdadeiros detentores do poder são o FMI e o BCE. As eleições vão servir apenas para nomear um executor oficial do programa destas duas instituições no território português.
Porém, é entre o eleitorado mais lírico, precisamente aquele que ainda acredita no poder do voto, que se começa a sentir algum nervosismo. Apesar de não confiarem em Sócrates, muitos começam a temer Passos Coelho, que tem gerido esta campanha com a sensibilidade de uma retroescavadora, ameaçando com privatizações em massa e flexibilidade laboral total.

Entre uma crise económica profunda e um FMI que faz as associações patronais parecerem grupúsculos de comunistas, alguns portugueses parecem preferir a incompetência de Sócrates ao liberalismo terceiro-mundista de Passos Coelho.

Caros eleitores, podem votar num ou no outro. Quem vai mandar realmente é a Troika!

As Troikas

Os homens cinzentos que tomaram conta do país, alegadamente para o porem na linha, não vêm oferecer uma ajuda desinteressada.

Os programas do FMI destinam-se a garantir os interesses do credor

Ou seja, só acidentalmente é que servem para ajudar o endividado.
É o equivalente financeiro de ensinar através de cargas de porrada e puxões de orelhas.

O FMI está ideologicamente empenhado
Longe de vir apresentar fórmulas inquestionáveis, o FMI aplica uma rigorosa cartilha neo-liberal.
Muitas das medidas que o FMI vai tentar impor em Portugal não são sequer aplicadas na maior parte dos países desenvolvidos.

A ajuda do FMI é uma forma requintada de extorsão

O FMI serve-se de países em dificuldades, e que não têm outra opção além de se submeterem a todos os caprichos desta instituição, para lhes impor o seu programa ideológico.
Em vez de um nadador salvador ou um bombeiro, o FMI é um daqueles tipos que se passeiam pela mesa de jogo a emprestar dinheiro a jogadores em apuros.

As Máfias e os TGVs

Nuno Melo acusa ministro das Finanças de mentir sobre financiamento do TGV
Público Online


Mesmo admitindo que o TGV poderia ter vantagens a longo prazo, o que está longe de ser um adquirido, tornou-se muito óbvio que, no curto prazo,não passaria de mais um enorme buraco negro.

Após décadas de gestão fraudulenta da coisa pública, especialmente no que toca às grandes obras do estado, com derrapagens orçamentais constantes e concursos públicos duvidosos, os cidadãos perderam toda a confiança.

Ninguém tem a mínima dúvida que o TGV iria servir para distribuir brindes públicos a empresas e instituições próximas da classe política, para maximizar lucros de especuladores imobiliários e, sobretudo, para pagar favores políticos.

Que país que consegue sobreviver quando todos os seus grandes investimentos são sequestrados pela classe política?!?

Onde é que está a surpresa?

PSD rejeita comemorar 25 de Abril na Assembleia Legislativa da Madeira
Público Online


Só por mera coincidência é que encontraremos qualquer coisa de democrático na Madeira.

Só por paródia é que Alberto João Jardim alguma vez celebrará o 25 de Abril.

Só um país do terceiro mundo é que pode tolerar que uma parte do seu território seja uma teocracia do tipo Africano.

Não me preocupa minimamente que Alberto João Jardim não celebre o 25 de Abril.
O que me preocupa é que uma parte substancial dos meus impostos pode estar a servir para assegurar o seu regime!

Corte e Costura

Passos e Sócrates frente a frente a 20 de Maio na RTP
Público Online


Vem aí mais uma daquelas sessões de corte e costura em que a política portuguesa se tornou pródiga.

Não se trata de discutir um projecto para o país:
O PS e o PSD têm o mesmo projecto e nem sequer é deles.


Não se trata de discutir como vai ser governado Portugal:
Nenhum dos dois vai realmente governar, mas sim o FMI.


Não se trata de discutir ideias:
Nenhum deles tem qualquer ideia para apresentar.


O debate vai servir para fazermos de contas que há um projecto para o país, que não seremos governados por uma quadrilha de burocratas estrangeiros e que as cabecinhas destes dois não servem apenas para exibir penteados janotas. E, claro, para uma bela sessão de corte na casaca...

A Factura da Crise do Euro

Resultado histórico para a extrema-direita na Finlândia põe em causa empréstimo a Portugal
Público Online


Começam a ser visíveis os elevadíssimos custos da crise do Euro para a União Europeia.
A crise da dívida soberana, a política monetária da Zona Euro, submetida às necessidades da economia alemã, e a falta de solidez política do projecto Europeu, parecem estar a matar uma certa ideia de Europa.

Esta vitória da extrema-direita populista é um perigoso sinal do que aí vem!

Mercados e Democracias

Artigo no “New York Times” alerta sobre riscos para as democracias
Pressão “injusta” dos mercados obrigou Portugal a pedir ajuda de que não precisava

Público Online

Mesmo sem querer escamotear ou suavizar o facto de a coisa pública portuguesa ter sido alvo de uma gestão tipo “assalto à mão armada”, esta opinião não deixa de fazer algum sentido.

Mesmo que a visão romântica do arrendamento português, defendida neste artigo do NY Times, seja um mito simpático e algo irrealista, o papel dos mercados nesta crise parece ser determinante. A ideia de que temos que “acalmar” e “transmitir confiança” aos tais mercados, não se percebendo bem como ou a quem, foi um dos principais temas da agenda mediática pré FMI.

Há muito que imperam sinais de que a globalização, duas décadas após a queda do muro de Berlim e mais de quinze anos depois do grande boom da Internet, tinha criado um monstro.
O dinheiro sempre encontrou formas de circular e furar as barrerias proteccionistas que os estados foram construindo ao longo do tempo. Basta rever as preocupações monetaristas dos Reis medievais para perceber o poder, a capacidade de circulação e, sobretudo, o impacto do dinheiro. Porém, a globalização colocou o capital financeiro num nível antes impensável.

Ao mesmo tempo que rejubilávamos perante a hipótese de viajar livremente para qualquer parte do mundo, que conseguíamos estar a um clic de tudo e de lado nenhum, que comprávamos barato coisas produzidas em destinos exóticos e que os nossos empresários esfregavam as mãos perante a hipótese de deslocarem a sua produção para países em que ainda eram possíveis jornadas de trabalho de 18 horas, o dinheiro movia-se furiosamente.

O capitalismo financeiro é o sistema sanguíneo da globalização.
Já existe há muito tempo e sempre actuou com uma lógica totalmente oposta à das fronteiras políticas e dos interesses dos estados.
De alguma forma, o capitalismo financeiro sempre tendeu para a globalização e agora, num mundo verdadeiramente globalizado, tomou a dianteira.

Filipe de França, quando liquidou os Templários, ou os Reis do Século XVII, quando extinguiram a Liga Hanseática, sabiam que o Capitalismo Financeiro é um monstro voraz, que tende a ser perigoso para a organização política dos estados e, principalmente, para a sua independência.

Ainda mais perigoso que o capitalismo financeiro, é termos que o enfrentar com uma classe política totalmente inepto e um sistema político que sofre de um acentuado défice de democracia.

Não há vida inteligente!

Passos acusa governo de andar a "encenar o passa culpas há demasiado tempo"
Público Online


Nos últimos tempos, há duas coisas que se tornaram evidentes:
-O PS já há muito tinha decidido que ia fazer o papel de vítima, nem que tivesse que provocar a situação até ao limite.
-O PSD estava desejoso de provocar uma crise política, mesmo correndo o risco de empurrar o país para o abismo.

Quanto mais sabemos da sórdida novela do chumbo do PEC IV e à medida que vamos ouvindo os discursos da pré-pré-campanha, torna-se cada vez mais claro que ainda está para ser provada a existência de vida inteligente na política portuguesa!


E o Povo, Pá?!?
Vai levar com o FMI, enquanto assiste ao grande circo da política portuguesa!

Mais Um Para Jantar!

Fernando Nobre é candidato do PSD à presidência da Assembleia República
Público Online


Sai mais um bife para a mesa 2!
Ninguém contava que Fernando Nobre aparecesse para jantar, mas parece que a fome falou mais alto.

Apesar da má fama que o restaurante da República Portuguesa tem vindo a adquirir, pelos vistos, parece que ainda é capaz de atrair os clientes mais surpreendentes. Não sabemos se vêm pela comida, pelo preço ou pela companhia, mas cozinha da República Portuguesa continua a angariar novos comensais.

E que tal de autocarro?

Metade dos eurodeputados portugueses não abdica de viagens em executiva
Público Online


Neste caso, o problema parece estar no número reduzido de opções: viajar em executiva ou em económica.
Está claro que, para os eurodeputados portugueses que consideram que a crise e a moral não se podem substituir ao conforto, a primeira classe é um direito inalienável.

A melhor solução teria sido acrescentar à primeira classe e à classe económica uma outra opção: A bela viagem de autocarro.

Na eventualidade de baterem com os costados num autocarro bafiento e com o ar condicionado comandado pelo gang da osteoporose, os eurodeputados aceitariam de bom grado viajar em executiva, no porão de carga, ou até num daqueles Antonov que caiem como tordos!

Importa-se de repetir?

Passos Coelho: “Ninguém pede ajuda para ficar pior”
Público Online


É surreal que Pedro Passos Coelho, que chumbou um PEC e tem torcido o nariz aos restantes, venha agora louvar os ditos planos de austeridade.

Uma coisa é pedir ajuda e outra, bem diferente, é ser obrigado a pedir ajuda!
Chamam-lhe ajuda, mas podiam chamar-lhe submissão, ou até ultimato, e para a generalidade dos portugueses vai significar apenas mais desemprego, cortes de salários e até fome.

Se o discurso político português já tinha encontrado o seu grau zero, agora parece que caiu no mais completo nonsense.

Talvez Passos Coelho julgue que é Churchill, e que vai moralizar uma nação ferida, mas, infelizmente, tudo indica que está convencido que o eleitor português é estúpido o suficiente para comer tudo aquilo que lhe é servido.

Em Junho só há um voto possível: NÃO!

The End

Sondagem dá 39 por cento ao PSD e subida do PS para os 33
Público Online


A IIª República faliu política, económica e moralmente .
Este é o momento em que devemos que recusar qualquer colaboração com a classe política.


Cerca de vinte e oito anos depois da entrada do FMI em Portugal, voltamos a estender a mão e a pedir que venham pôr ordem nas nossas contas. Parece que as duas décadas de fundos europeus pouco mais fizeram do que enriquecer artificialmente o país e, vinte cinco anos depois, voltámos à casa da partida!

Quase trinta e sete anos depois do vinte e cinco da Abril, a classe política revelou-se incapaz de gerir a coisa pública e, ao que tudo indica, conseguiu desbaratar um capital só comparável ao ouro do Brasil.

Já passaram cerca de dois anos desde o início da crise do subprime, e da consequente crise da Zona Euro, e os nossos políticos ainda não conseguiram superar as vicissitudes partidários, que são inequivocamente contra o interesse público.

Não podemos aceitar que continue o business as usual.
Está na hora de deixarmos de colaborar.
A abstenção é o único voto possível

A Grande Meretriz da Babilónia

PS arranca dia 15 com processo de escolha dos deputados
A direcção do PS marcou hoje para o próximo dia 15 o arranque do processo de escolha dos candidatos a deputados, com a realização em todo o país das comissões políticas de federação deste partido.

Público Online


Está mais uma vez na hora da República Portuguesa revelar a sua verdadeira face: a oligarquia

As direcções partidárias vão escolher, mais uma vez, aqueles que melhor as serviram nas legislaturas passadas.
As comissões políticas e o secretário-geral vão nomear aqueles que as representam e a quem irão exigir fidelidade.

Só por mero acaso é que um deputado representa aqueles que o vão realmente eleger.
O deputado sabe bem de quem depende o seu lugar e, em última análise, a sua própria elegibilidade.

Eles fazem de conta que isto é uma democracia e nós fazemos de conta que os elegemos!

O Oeste Selvagem

Bagão Félix e o Conselho de Estado: “O que está dito está dito”
Público Online


Em tempos o Conselho de Estado era um órgão carregado de gente sisuda e militares taciturnos de óculos escuros, mas agora parece que transformou numa festa.

Os nossos políticos são capazes de transformar qualquer instituição, por mais sóbria que pareça, num Saloon do Oeste Selvagem, com pancadaria, batoteiros, raparigas de má fama e bebidas de qualidade duvidosa.

Agora foi o Conselho de Estado, mas tudo indica que, muito em breve, a festa vai passar para o Tribunal Constitucional e, se lhes derem hipótese, podem até animar a próxima Cimeira Europeia.

A Loucura Nacional

Comissão nega possibilidade de empréstimos intercalares ao abrigo das regras actuais
Público Online


Dívida: Portugal deve "estar louco". Europa quer explicações
i Online


É cada vez mais difícil inventar justificações para as atitudes dos nossos alegados representantes.

Primeiro, o governo cai sem que os seus ministros, a oposição ou o Presidente pareçam verdadeiramente preocupados com os problemas financeiros mais imediatos.

Segundo, o governo recusa-se a pedir apoio ao FMI, sacudindo a responsabilidade para o Presidente da República, que constitucionalmente não tem qualquer competência executiva.

Depois, o líder da oposição anuncia um programa de governo que roça a metafísica e adopta um discurso errático, que varia consoante a nacionalidade do seu interlocutor.

Entretanto, os juros disparam para valores próximos dos 10%, a Economia nacional e os Bancos são despromovidos à condição de “Lixo”, há empresas públicas na eminência da bancarrota e a Comissão Europeia rejeita o tal empréstimo intercalar, que afinal não passava de mais uma alucinação colectiva da nossa classe política.

Está na altura de fazermos as únicas perguntas possíveis:
É este o regime que queremos?
Quando um regime não funciona, será que é suficiente trocarmos os cabecilhas?

Já sabemos...e agora?

Sócrates deve dar explicações sobre "pré-ruptura financeira" de empresas públicas, diz Relvas
Público Online


Entre um PS que trata a coisa pública como se fosse sua e um PSD que está desejoso de a vender aos amigos, estão milhões de portugueses que continuam a depender diariamente de barcos, metros, comboios e autocarros para chegarem ao trabalho.

A péssima situação das empresas transportadoras do estado tem raízes fundas, e até o Cavaco por lá andou, mas é um facto que o chumbo do PEC e os juros têm pouco que ver com a falência iminente de algumas destas empresas.

Neste momento, pouco interessa saber se a culpa é do Sócrates, do Guterres, do Barroso, do Cavaco, do Soares ou até do Salazar.
Seria bom que aqueles que se candidatam a representar os portugueses se dignassem a fazer propostas concretas.

Mesmo considerando que o PEC foi uma zanga entre crianças, que o PS nem para gerir bancas da feira ladra tem capacidade, que o sexto PEC do PSD vai finalmente implantar o modelo social do Ruanda em Portugal e que o nosso Presidente nunca compreendeu a diferença entre um pirómano e um bombeiro, há empresas públicas que pura e simplesmente não podem parar.

Dizer que a culpa é do Sócrates é fazer um diagnóstico!
Já temos diagnósticos que cheguem.
Queremos soluções!

Assembleia da República em Gestão!

Oposição tenta ainda mudar financiamento dos colégios com contrato de associação com o Estado
Público Online


Sempre pensei que um governo em gestão não tinha muitos grandes poderes.
Porém, nunca contei com os poderes extraordinários de uma Assembleia da República em gestão.

Em tempos de campanha eleitoral, os governos sempre puderam contar com as costumeiras inaugurações. Agora, as oposições descobriram uma forma semelhante de campanha eleitoral: o populismo legislativo.

Independentemente da pertinência desta alteração, não pode deixar de suscitar grandes dúvidas o facto de só agora, em vésperas de eleições, estes três partidos trazerem este assunto novamente para a ribalta.

Um Sistema Doente

Governo de gestão não pode avançar com pedido de ajuda externa
Público Online


O nosso sistema político dá mais um sinal da sua fraca saúde.
Estamos perante um bloqueio do sistema, que é algo que a generalidade das democracias do mundo desenvolvido há muito aprenderam a superar. É como apanhar escarlatina num Resort em Vila Moura ou Lepra num WC da Casa da Música

O nosso sistema é de tal forma anacrónico e absurdo que conseguiu contrair uma doença em que única cura possível é o recurso a sanguessugas. No século XIX, havia uma figura quase legal para resolver bloqueios de sistema e que, obviamente, caiu em desuso, o golpe de estado institucional. Normalmente era dado por Reis ou Primeiros-ministros, quando alguns tipos gordos, de farto bigode e feitio quezilento conseguiam a proeza de bloquear irremediavelmente um sistema que supostamente tutelavam. Basicamente, consistia na suspensão temporária do parlamento, seguido pela constituição de um governo dito de salvação nacional, com amplos poderes, e, posteriormente, um novo plebiscito. Ou seja, o equivalente político a reiniciar o computador em módulo de segurança.

È claro que seria extremamente difícil explicar à União Europeia que, além de termos elegido os mais incompetentes da nação para gerirem a coisa pública, teríamos que recorrer a uma estratégia que não é utilizada desde 1920, quando o Chanceler Bauer viu o seu golpe institucional ser triturado por uma revolução marxista e uma contra-revolução militarista.

Este impasse institucional diz muito sobre o nosso sistema:
- O nosso sistema e tão atrasado que consegue contrair doenças já totalmente erradicadas
- Os nossos políticos são gente do século XIX, ainda que sem os fartos bigodes e com alguns quilinhos a menos.


Se há alguém que ainda acredita nesta democracia não representativa, que ponha a mão no ar!

Missão Impossível!

Auditoria do Tribunal de Contas não conseguiu apurar número de fundações em Portugal
Público Online


A democracia pseudo-representativa portuguesa conseguiu criar mais um estado dentro do estado.

Não se trata de uma coisa tipo CIA, até porque isso daria imenso trabalho e o político português não convive bem com o esforço, e menos ainda de uma daquelas golpadas do crime organizado, visto que o político português é um burlão e falta-lhe a competência de um gangster.

As Fundações limitam-se a ser excelentes locais para o político meter os ossos de molho, quando a vida não lhe corre de feição, ou para dar emprego a familiares e amigos. É um tacho igual aos outros, com as vantagens do costume, do cartão de crédito ao depósito atestado.

As Fundações Privadas são especialmente interessantes, não se coibindo de contar com dinheiros públicos, de contratarem consultores, de terem nos seus quadros os principais advogados do país, que por acaso são ou foram políticos, e de estarem habitualmente associadas a partidos ou grupos de pressão política.
O modelo americano para Fundações é o da filantropia e da participação da sociedade civil. O nosso é o de um clube privado de necrófilos que, por acaso, se dedicam à política. Coitados do Gulbenkian e até do Champalimaud que consumiram tempo e dinheiro a construírem Fundações com utilidade pública!

Não surpreende a inércia de quem deveria fiscalizar estas Fundações.

Ficaria muito mais surpreendido se estas entidades, criadas por políticos, se dessem ao trabalho de investigar fundações privadas, construídas por políticos para extorquirem património público.

E o Povo, Pá?

A falência do nosso sistema político abre as portas a outras formas de intervenção.
Foi o que fez o movimento E o Povo, Pá.

Recorrendo à acção directa, este grupo expôs publicamente a fraude do bailout ao BPN, num protesto simultâneo em 9 cidades.

Com apenas uma curta acção, estes tipos já conseguem representar mais o eleitorado português do que a maior parte dos 232 que elegemos.

Lêr notícia no Público Online

Porquê Votar?!?

Sondagem TVI: PSD venceria legislativas mas sem maioria absoluta
Público Online


Mais importante do que saber que direcções partidárias vão poder continuar a saquear o país, é a resposta a uma questão aparentemente secundária, mas extremamente sintomática:

45% acham que próximo governo vai governar de forma semelhante ao actual
14,7% acreditam que o próximo governo ainda vai ser pior


A fazer fé nesta sondagem, quase 60% acham que nada vai melhorar com estas eleições.
Se isto não é um cartão vermelho ao nosso sistema, então não sei o que será.

E que tal, por uma vez na vida, em vez de votarmos naqueles que achamos que não vão mudar nada, optarmos por não votar?

E que tal o 5 de Junho?!?

PS quer eleições a 5 de Junho
Público Online


Se interessa ao PSD que as eleições sejam o mais rapidamente possível, tendo em conta que é extremamente difícil temperar o realismo que Merkel e os mercados exigem com a retórica demagógica das campanhas eleitorais em Portugal, o PS prefere que estas se realizem o mais tarde possível.

Sócrates, que já meteu o seu nome em quatro PECs e dificilmente poderá fugir da retórica da austeridade, prefere apostar no efeito que as propostas de Passos Coelho para consumo europeu podem ter no eleitorado português. Basta ver o pavor que provocou a ameaça de subir o IVA .

Ocultar Falsos Recibos Verdes nos Censos

Exige a substituição da pergunta 32 dos CENSOS! Faz chegar a tua reclamação ao Provedor de Justiça
Protesto da Geração À Rasca


A generalidade dos movimentos associados aos trabalhadores precários está a promover uma acção contra a famigerada pergunta 32 dos Censos 2011.

O inquérito omite declaradamente os chamados falsos recibos verdes, obrigando-os a identificarem-se como trabalhadores por conta de outrem, apesar de não possuírem nenhumas das regalias que este estatuto confere, e estamos a falar de coisas básicas como férias pagas.

Os Censos 2011 acabam assim por branquear uma situação que afecta imensos jovens trabalhadores, mascarando-os de trabalhadores por conta de outrem com plenos direitos, corrigindo apenas estatisticamente um dos problemas principais do mercado laboral português.

Os movimentos de trabalhadores precários pretendem apresentar uma queixa no Provedor de Justiça para exigir a correcção desta situação.

-Razões para a queixa

-Provedoria de Justiça

O 29 de Maio

PSD defende eleições a 29 de Maio
Público Online


O PSD percebeu imediatamente que convinha ir o mais rápido possível para eleições.

Quanto mais tempo durar a campanha, mais promessas terá Passos Coelho que fazer e, tendo em conta que não as tenciona cumprir, time is of the essence!

Já para não falar no facto de a verdadeira governante de Portugal, a fraulein Merkel, já estar a exigir que o PSD, antes ainda de ser eleito para o governo, se comprometa a cumprir os planos de austeridade. Embora o eleitorado português já se tenha habituado ao populismo de pé de chinelo das campanhas eleitorais, tudo indica que Merkel quer saber previamente aquilo que o PSD quer realmente fazer.

Depois do Concerto, os Solos!

CDS-PP apela “magistratura activa” de Cavaco para campanha positiva
Público Online


Esta proposta de Paulo Portas sugere-me duas reflexões:

1-Afinal parece que a magistratura activa é aquilo que os Presidentes sempre fizeram, que é convocar os partidos e recomendar uma campanha esclarecedora!

2-Os partidos portugueses são como as crianças e precisam de alguém, neste caso o Presidente da República, que os ponha na linha e garanta que se comportam minimamente.


Depois de uma opereta de quinta categoria, na passada quarta-feira, a comédia trágica da partidocracia portuguesa parece que se mudou de armas e bagagens para Belém, agora com cada partido a ter a oportunidade de fazer um solo.

O Verdadeiro Governo Falou...

Trichet diz que Portugal tem de manter esforços para reduzir défice
Público Online


O verdadeiro governo português já se pronunciou:
Fraulein Merkel e Monsieur Trichet anunciaram, para quem os quiser ouvir, que os PECs são para cumprir, independentemente de quem venha a assumir o governo.

Só os mais distraídos é que acreditam que os planos de austeridade ainda são desenhados no Rato ou na Lapa.

Um governo PS, PSD, PSD/PP ou até mesmo PS/BE, não pode fazer mais do que qualquer português endividado: comer, calar e pedir misericórdia aos bancos.
Quando devemos mais do que aquilo que possuímos, a democracia passa a não ser mais do que escolher a pessoa que vai cumprir a exigência dos credores.

Vamos ao Circo!



Carlos Magno, na Antena 1, fez a leitura mais correcta da actual situação política.
Os políticos cederam totalmente aos seus interesses partidários, o que não é minimamente surpreendente, e, sem qualquer pudor, decidiram empurrar o país para o abismo.

Como Carlos Magno disse no passado dia 23, aquilo a que assistimos na Assembleia da República foi uma encenação, em que cada uma das partes cumpriu criteriosamente o seu guião. Mais do que a duração excessiva da encenação, foi o tom de campanha eleitoral que melhor ilustrou a incapacidade dos deputados da República para servirem os interesses de quem alegadamente representam.

O Dia de Todas as Contas

O dia em que o Governo pode cair
Público Online


O PS está extremamente desgastado.
Provocou a crise política, ao apresentar um PEC por debaixo da mesa, que chega a Assembleia já depois de ter sido negociado na Europa, e ninguém percebe se quer fugir ou agarrar-se ao poder.

O PSD está na iminência de ter que arrastar o país para eleições e ver-se obrigado a fazer aquilo que nunca quis verdadeiramente, ou seja, assumir o governo em época de vacas magríssimas.


Para os portugueses, há duas conclusões a tirar:

O sistema montado pelos partidos tende a bloquear em momentos difíceis, arrastando todo o país para o precipício

Seja com o PS, o PSD ou até um Bloco Central no governo, vão ser o Banco Europeu e o FMI a governarem de facto o país.


Os apelos das eminências pardas do regime são irrelevantes.
Há muito que a política portuguesa é definida em Berlim, Bruxelas e nas caves do Fundo Monetário Internacional

SCUTs ou Viagens No Tempo?

É triste quando alguém tem que fazer um abaixo-assinado para não ser empurrado para a Idade Média!

Estas são as opções conhecidas à A23 e A25:

- Caminhos de cabras
A maior parte destas auto-estradas coincidem com o traçado das IPs que, por sua vez, foam construídas sobre as antigas estradas locais. Restam os caminhos de cabras e pouco mais!

- Comboios
O desinvestimento continuado na ferrovia tem contribuído para ajudar a excluir esta opção. Aliás, tem-se falado recentemente na extinção do Intercidades da Beira-Baixa. De qualquer forma, há imensas cidades, como Viseu, que nem sequer têm linha férrea.

-Transportes públicos (!)
A Beira Interior não é a margem sul, nem tem que ser, e, como é óbvio, está longe de ter uma rede completa de transportes públicos. Esta opção está reservada a masoquistas!

- Viagens ao estilo medieval
Podem até ser pitorescas, mas implicam uma viagens de hora e meia entre localidades aparentemente vizinhas, já para não falar do espírito de aventura que requer uma viagem à Guarda!

A inutilidade do cargo

Cavaco afirma que rapidez da crise política lhe reduziu acção preventiva
Público Online



O Presidente da República é o único titular de um cargo político nacional que é eleito por sufrágio directo.


A única arma que possui é precisamente a chamada bomba atómica.
Porém, num momento em que o seu único objectivo é precisamente evitar a crise política, esta arma torna-se absolutamente inútil.
Esta crise, que tem servido para confirmar a ineficácia de um sistema político que concede todo o poder às direcções partidárias, conseguiu finalmente demonstrar a inutilidade da própria Presidência.

O único político eleito por sufrágio directo e, por definição, aquele que maior legitimidade possui, está imobilizado na teia tecida pelos partidos que, supostamente, servem para garantir o nosso sistema democrático.

PS reúne o seu Conselho de Administração

Sócrates reúne-se esta noite com Comissão Política, deputados e líderes federativos
Público Online


A malta que possuiu o contrato de exploração do franchise da República Portuguesa durante os últimos anos parece que está reunido e, aparentemente, de saída.

Durante pouco mais de 5 ano, geriram a coisa pública como bem lhes apeteceu, distribuindo benesses a amigos e familiares, delapidando património e aumentando consideravelmente as suas fortunas pessoais.

Parece que está na hora de rescindirem o contrato de exploração e darem lugar a outros, que se vão igualmente empenhar na distribuição de benesses a amigos, na delapidação do património público e, sobretudo, no seu enriquecimento pessoal. Porém, parece que a gestão do PS foi tão eficiente que, segundo se diz por aí, não ficou muito para explorar.

Os accionistas podem ainda optar por substituir o CEO Sócrates, mas, tendo em conta que não há grandes lucros para distribuir, é pouco provável que o façam.

Enquanto a República Portuguesa se parecer mais com um contrato de exploração do que com uma democracia, não é de esperar grande coisa!

Razões para a Abstenção (Parte I)

Os Partidos da 2ª República

PS
Evoluiu da esquerda dos anos 70, fortemente influenciada pelo movimento laboral e por uma visão intervencionista do estado, para um sucedâneo da terceira via, que conjuga estado social com liberalismo.
Possui uma rede clientelar extremamente vasta, que inclui juízes, o lobby da construção e uma enorme quantidade de altos quadros, que depende largamente do estado.
O PS parece mais empenhado em garantir que estes grupos de pressão se alimentam do estado social do que em assegurar as regalias que o dito estado social promete aos seus cidadãos.
Foi esta submissão do PS aos seus grupos de pressão, associada ao ilusionismo orçamental das PPPs, do sector empresarial e das SCUTs, que abriu o caminho para a actual bancarrota.

PSD
Partido ideologicamente confuso, entalado entre a esquerda moderada e o liberalismo puro e duro.
Á semelhança do PS, os sociais-democratas possuem uma monstruosa rede clientelar, também ela apostada em consumir recursos do estado.
Aliás, as diferenças entre ambos os partidos são mínimas e, na prática, estão sujeitos aos mesmos grupos de pressão. A única clivagem, e é bastante ténue, parece ser a crítica moderada dos sociais-democratas a alguns sectores do estado social e uma acentuada tendência para a privatização de serviços do estado, que acaba invariavelmente por beneficiar alguns lobbys empresariais associados às cúpulas do partido.
A ausência de uma visão para o país e a perspectiva meramente clientelar da economia privada contribuíram decisivamente para a actual situação de crise.

PP
Mescla ideológica que inclui neo-liberais, conservadores, direita ultra-montana, democratas cristãos e resquícios de provincianismo salazarista.
Esteve recentemente no poder e não se pode dizer que tenha feito boa figura!
Envolveu-se em negociatas suspeitas com particulares, como o caso dos submarinos e as suspeitas recentes em relação ao financiamento do partido.
Não só se recusou a contrariar o sistema de redes clientelares montado pelos partidos do regime, como tentou impor o seu, que, tendo em conta o número reduzido de altos quadros, acabou por franquear as portas de muitas empresas públicas e serviços estatais a gente sem qualquer competência técnica ou política.

PCP
Partido declaradamente marxista-leninista, que, ao contrário da generalidade dos seus congéneres europeus, parece ter resistido incólume ao colapso da União Soviética.
Apesar de os Comunistas serem quase uma reserva moral da República, com uma ética política que é por todos reconhecida, esgotam-se no protesto e num modelo de representação altamente sectorizado, em que muitos eleitores, apesar denão se conseguirem rever na política do partid, estão dispostos a reconhecê-lo como seu representante em matéria de direitos laborais.
O PCP, malgrado a sua utilidade na defesa dos trabalhadores e das conquistas do estado social, é um anacronismo histórico. A forma como os comunistas olham para a economia , assente na economia industrial dos finais do século XIX e no mundo da guerra fria, com planos quinquenais, dirigismo estatal e fronteiras alfandegárias, revela-se totalmente desadequada para compreender a complexidade dos modelos económicos actualmente em vigor.
Poucos são os eleitores do PCP que o querem ver a assumir as rédeas do poder.
O PCP oscila entre a utilidade ocasional, como forma de protesto e na defesa intransigente de determinados direitos e regalias, e a redundância absoluta, típica de um partido que se integra num sistema que lhe é estranho e que em certa medida nunca poderá aceitar.
Mesmo umm crítico feroz da actual economia não pode deixar de se interrogar como é que a fórmula marxista, volvidos cerca de 150 anos, pode ser eficazmente aplicável a um modelo de criação de riqueza substancialmente mais complexo. .

BE

É o partido do protesto por excelência.
Fruto de uma união entre diversos partidos de extrema-esquerda e movimentos progressistas, tendo por epicentro o PSR, que até meados dos anos 90 tinha conseguido cativar uma importante franja do eleitorado urbano.
O Bloco de Esquerda foi extremamente importante para introduzir temas fracturantes e leis sociais que, apesar de serem já relativamente comuns no espaço europeu, o imobilismo dos partidos do poder teimava em não as introduzir na agenda política.
Mas, findo este período e cumprida a sua missão histórica, torna-se por demais evidente que a substância do Bloco é quase nula e se esgota quase totalmente nestas causas fracturantes.
O Bloco tem uma perspectiva da economia algo semelhante à do PCP, mas sem a sólidez da fórmula comunista, desenvolvida numa fase mais avançada da Revolução Russa.
A extrema-esquerda tem pouca tradição na área económica e, das poucas vezes que logrou atingir poder, o seu plano económico confuso ou impraticável acabou por ser derrotado pelo pragmatismo e solidez dos planos económicos do comunismo tradicional.
Embora seja um excelente partido de protesto, quando colocado perante problemas inerentes ao próprio sistema, revela-se uma forma inconsequente e, em última análise redundante.

Como se pode ver, os partidos não são parte da solução, mas sim o próprio problema.

Cada vez que participamos num acto eleitoral português, estamos a dar vida a um sistema irreformável e que assenta na democracia indirecta.

Sócrates não está disponível!

"Eu não estou disponível, da minha parte, para governar com o FMI", afirmou Sócrates, que falava na apresentação da moção de recandidatura como secretário-geral do Partido Socialista (PS), no Porto(...)
i online


O facto do primeiro-ministro não querer governar com o FMI é uma excelente demonstração da fibra da geração que está no poder!

Imagina-se Churchill a dizer que não está disponível para governar se estiver a decorrer uma guerra ou Roosevelt a anunciar a sua disponibilidade, mas apenas quando acabar a grande depressão!

Entre um primeiro-ministro que não está disponível e um líder da oposição que só depois de ter sido claramente insultado é que se digna a esboçar uma tímida disponibilidade, temos Nuno Melo, o arauto do PP, a tentar vender Paulo Portas, o líder de um partido que terá que se esfalfar para chegar a uns míseros 10%, como próximo primeiro-ministro de Portugal.

Está visto que o melhor que os Portugueses podem fazer no próximo acto eleitoral é absterem-se ruidosamente!

Ligações Perigosas

Deputados com ligações ao sector onde legislam
Público Online


A gestão danosa ou, no mínimo, suspeita da coisa pública é algo que todos os portugueses há muito sentem. Os mais cépticos dizem que a corrupção e o tráfico de influências são coisas raras, ou defendem que a situação em Portugal não é muito diferente da de todos os outros países desenvolvidos, que convivem com doses mínimas, e não letais, de corrupção e tráfico de influências.

Este documento colectivo vem uma vez mais provar que a corrupção, o tráfico de influências e o abuso de poder são endémicos e decorrem do nosso sistema político.
A verdade é que os eleitores não têm maneira de punir estes deputados.
Eles vão continuar a ser eleitos, no fundo das listas ou nas repescagens provocadas pela saída de deputados eleitos para o governo e empresas privadas.

A fidelidade do deputado não mora no serviço à coisa pública e menos ainda na representação dos eleitores. Reside na direcção partidária e na teia de relações que esta urde, que são quem realmente designa o deputado para uma posição elegível na lista.

O mais curioso é o facto de alguns dos deputados citados terem aproveitado para sugerir que nos ministérios a situação seria ainda pior.

Logo, o dito deputado não se limita a assumir comissões em que poderá ter interesses particulares, mas também aproveita para se furtar a fiscalizar o governo ou a criar legislação que corrija erros que o próprio detectou.

And therein, as the bard would tell us, lies the rub.

Juros a 8%

Juros portugueses ultrapassam os 8%
i online


Pensei que o limite para entrar o FMI eram os 7%
Afinal parece que não!

Já há muito que perdemos a independência económica, agarrada por agências de rating, planos de austeridade e taxas de juro.

Agora, são os próprios mercados a decidirem quem fica no governo.

O cheiro do medo

A situação no país é tão má que o governo nem sequer arrisca cumprir as suas próprias ameaças.

O PSD está entre a espada e a parede e ninguém arrisca qual será a sua reacção.
É óbvio que Passos Coelho não quer assumir já o governo de um país à beira do colapso, mas não quer ficar como o causador da crise política e muito menos passar pelo vexame de ter que assinar de cruz mais um PEC.
No entanto, ninguém sabe bem o que esperar de um PSD acossado e encostado às cordas.

Já o PCP, o BE e o PP têm muito a ganhar com um conflito aberto e declarado entre os dois grandes partidos da pseudo democracia representativa portuguesa.

Sócrates fez um grande bluff, mas parece que não está disposto a aguentá-lo até às últimas consequências.

Ler no Público Online

Demissão Já

Depois de uma crise como a que abala todo o país e tendo em conta a dimensão dos sacrifícios que está a ser exigida à generalidade dos Portugueses, temos o direito a exigir tolerância zero.

A esposa do ilustre ministro da justiça requereu um suplemento remuneratório de 75 mil euros, que, depois de reprovado em todas as instâncias, foi aceite por um subalterno do dito ministro.

Nem sequer vale a pena comentar a lata do referido subalterno, o então Secretário de Estado João Correia, que tem o descaramento de alegar que desconhecia a ligação entre a requerente e o ministro da justiça.

Ainda mais absurdo é aceitar que o ministro Alberto Martins não tenha dado conta da súbita entrada de 75 mil euros no seu orçamento familiar.

Das três, uma:
- O ministro exerceu algum tipo de influência para garantir que o secretário de estado favoreceria a sua mulher

- A mulher do ministro e o secretário de estado cozinharam um suplemento de 75 mil euros, e o ministro não viu ou não quis ver

- O secretário de estado decidiu engraxar o chefe e este fez de conta que não reparou


Seja qual for a resposta correcta, o ministro provou que não tem competência para gerir a coisa pública e deve ser demitido imediatamente.


Ler no Público Online

O Poker Continua

Sócrates acabou de fazer mais um reraise.

O pot é um país falido, ameaçado pelo FMI e com mais chatices do que tachos para distribuir.
O prémio é tão mau que os próprios jogadores ainda não decidiram se o querem mesmo vencer.


O PCP e o Bloco sabem que não têm uma mão forte, mas não podem arriscar que a mesa penda para o lado do PSD.

O PP quer manter-se em jogo até sair a última carta.

O PSD é obrigado a cobrir todas as apostas e treme de medo com a possibilidade de vencer o jogo.

O PS continua a esconder a mão e a subir todas as apostas, apesar do bluff ser cada vez mais evidente.

E o que temos nós com isso?
Bem…o dinheirinho em cima da mesa é nosso!!!


Ler notícia no Público Online

PP quer levar o PEC a votação

Paulo Portas ainda não decidiu se quer ser o Catão, o Talleyrand ou a Marquesa Pompadour da República Portuguesa. Mas lá vai oscilando entre a retórica parlamentar old school, a estratégia política e o romance de alcova!

Vai ser giro ver o PS a defender um PEC que há dois ou três dias dizia que não ia ser necessário, o PSD a abster-se, visto que não pode aprovar um PEC que secretamente admira e, acima de tudo, tenta evitar que a batata quente da governação lhe caia nas mãos, e o PP vai reprovar tudo aquilo que, no espaço de meia dúzia de meses, estará disposto a aceitar com um sorriso.

É a política parlamentar portuguesa, mas também podia ser um episódio do Seinfeld.

PEC 3.2 para Windows e Mac

Para corrigir os bugs, lá saiu mais uma versão do mal fadado Plano de Estabilidade e Crescimento. Apesar de ninguém perceber se estamos perante um software novo ou uma actualização, tudo indica que se trata de mais um software malicioso.

Assenta no mesmo modelo de sempre:
Congelamentos das pensões, cortes nas prestações sociais e na saúde, assim como os costumeiros aumentos de impostos.
Entretanto, a tentativa de colocar limites nos salários dos gestores públicos foi bloqueada pelo Bloco Central e veio a público que as extinções de cargos no sector empresarial do estado têm sido aplicadas apenas às chefias intermédias, salvaguardando os administradores.

Ou seja, a classe dirigente continua empenhada em garantir que a luta contra a bancarrota não prejudique os seus privilégios. Por mais aparições nocturnas que Passos Coelho faça e independentemente da retórica histérica, é indisfarçável que, no momento da verdade, o PSD protege os interesses e privilégios da casta dirigente.

Conclusão:

-Os boys dos partidos do arco do governo conseguem proteger cargos, salários e privilégios, apesar da tão propalada bancarrota.
-A banca, que patrocina e se mistura com a casta dirigente, continua a gozar de um estatuto fiscal digno do terceiro mundo.

Em vez de actualizarmos o software do costume, talvez esteja na hora de mudarmos de sistema operativo.

As Eminências Pardas

Já deram conta que a manifestação de dia 12 de Março parece ter deixado em pânico as mais gratas figuras do regime.

Primeiro veio o Pacheco Pereira, a mergulhar nos baús da história para invocar o fantasma das revoluções fascistas dos anos 30. Um argumento que está para a política como o sushi para a culinária: atirar um prato cru para a mesa e esperar que ninguém dê conta.

Depois veio Mário Soares, com aquela lucidez que só a senilidade permite, e uma ensaísta que parece ter uma obsessão pouco saudável com jovens licenciados em Relações Internacionais.

Agora veio o Miguel Sousa Tavares condenar a manifestação por só defender demagogias, não sem deixar de realçar que ele próprio as tem defendido e, pelos vistos, há muito tempo. Ou seja, as ideias do Miguel transformam-se em demagogia quando são proferidas por outros!

E ainda falta quase uma semana…

Portugal é uma democracia indirecta

Muitos acreditam no argumento falacioso que dita que, tendo em conta que há eleições por sufrágio universal, Portugal é obrigatoriamente uma democracia plena.

Ainda que a existência de eleições seja a primeira condição de uma democracia, está longe de ser a única. Desde os primórdios do liberalismo que têm sido acrescentadas sucessivamente condições e hoje dificilmente podemos chamar democracias aos regimes europeus do início do século XX que contemplavam a realização de eleições. Só alguém que não tenha qualquer conhecimento de história é que pode afirmar que a Inglaterra de 1914 era uma democracia plena e que um operário de Sheffield ou um trabalhador das Docas de Londres estavam efectivamente representados no Parlamento.

O grau de democracia depende do tipo de escolha que podemos efectuar e de uma coisa que os anglo-saxónicos chamam checks and balances. Aliás, não foi anormal, ao longo da história política da humanidade, que regimes que contemplavam eleições fossem na realidade oligarquias mais ou menos criminosas, ao estilo da República Romana.

Mas, se Portugal não é uma democracia plena, o que é? O regime português é aquilo a que podemos chamar democracia indirecta.

Os cidadãos não elegem directamente nenhum titular de cargo político que tenha o mínimo poder, mas sim a direcção do partido que irá arrendar o país:

-Os deputados são escolhidos pela direcção dos partidos
-São as direcções dos partidos que elaboram as listas de deputados para cada distrito
-As listas de deputados por distrito podem incluir várias dezenas e, em muitos casos, os cabecilhas nem sequer chegam a ocupar o lugar
-Não é possível avaliar ou castigar a prestação de um elemento particular da lista
-Os deputados escolhem o governo e aprovam/reprovam as iniciativas governamentais
-Os deputados respondem perante quem os elegeu: a direcção do partido
-As direcções dos partidos gerem o país!


Quando votamos estamos necessariamente a aprovar as regras de um sistema.
Sempre que votamos estamos a aprovar um modelo indirecto de democracia.