DEMO.CRATICA

Finalmente, alguém se deu ao trabalho de vigiar os nossos auto-proclamados representantes.
Este tipo de acção por parte de cidadãos e activistas tem causado bastante impacto no Reino Unido e nos Estados Unidos.

Numa altura em que os cidadãos começam realmente a compreender o que a palavra representação significa para a classe política, estas iniciativas são essenciais.
Este site utiliza basicamente a informação que o Parlamento já colocava de forma dispersa e algo confusa, tornando-a mais acessível e retirando-lhe a gordura.

O site chama-se DEMO.CRATICA e está ainda em fase Beta.

A Orgia Ainda Dura

Governo admite seis nomeações em gestão com “rigor, escrúpulos e estrita necessidade”
Público Online


Diz-se que estes seis senhores se tratam de casos especiais que não poderiam esperar pelas próximas eleições. Hmm!

A era de ouro da democracia representativa já esgotou completamente toda a nossa reserva de boa vontade para com o frenesim de actividade que costuma tomar conta dos governos em gestão.
Eram os tempos do regabofe dos despachos, contratos milionários e nomeações políticas pela noite dentro!
Hoje em dia, a nossa tolerância é zero!

Alguém consegue explicar porque motivo são tão urgentes as nomeações de um coordenador para o Plano Nacional para a Saúde Mental e, especialmente, a de um funcionário do gabinete de ligação da marinha?

Parece-me que o plano de saúde mental e as ligações da marinha bem podiam ter esperado mais um mês. Ou será que a urgência é outra?!?

O Futebol tem gente mais séria!

Frente a frente
Sócrates aponta contradições, Passos responsabiliza PS

Público Online


Entre este debate e os painéis de futebol que animam as barracas do peixe da televisão portuguesa não há grandes diferenças.
Aliás, a haver alguma, é claramente em vantagem da malta do futebol.
Para a próxima esperamos que venham com cachecóis, bandeiras e tochas. Só faltou mesmo isso!

Mesmo o comentador de futebol mais corrupto, maledicente, parcial e histérico tem mais honestidade intelectual que estes dois.
Já para não dizer que deseja sinceramente o melhor para o seu clube, o que está longe de ser o caso destes!

Grande Vitória para a Abstenção!

PSD e PS perdem votos mas “laranjas” alargam vantagem
Público Online


Há duas coisas que os eleitores portugueses já compreenderam:

O voto nestas eleições é inútil

O futuro governo está comprometido com o pacto de austeridade, totalmente dependente do calendário político alemão e garrotado por uma taxa de juro que mais parece um saque.
Seja quem for o vencedor, não há como contornar estas condições.

O PS e o PSD são a mesma coisa
Ambos são responsáveis pela debilidade da nossa economia e pelas assimetrias da sociedade portuguesa.
Estes dois partidos são o garante do sistema e quem mais lucra com ele.
Tanto o PS como o PSD estão dispostos a mergulhar o país no terceiro mundo desde que isso lhes garanta o monopólio do poder político em Portugal.

E chama-se Programa do FMI

PS, PSD e CDS "têm programa comum", diz Jerónimo de Sousa
Público Online

É um facto que os três partidos do chamado arco da governação parecem ter um programa semelhante. No entanto, nenhum deles pode reclamar a sua autoria.

O PP parece fazer de contas que não tem realmente um programa, para colocar em evidência uma especificidade que possivelmente não possui.
O PSD está apostado em descolar do FMI…superando-o em todos os aspectos,
O PS quer criar a ilusão de que não está obrigado a cumprir nada, preferindo na desconstrução de programas eleitorais alheios.

O pretenso neo-liberalismo dos programas eleitorais destes partidos está na matriz da própria ajuda do FMI. É um guião que, malgrado o tom e substancia dos discursos de campanha eleitoral, pressupõe a destruição irreversível do sistema português.
O próximo governo será uma comissão de liquidação, independentemente das intenções ou discursos partidários.

O PCP tem a vantagem de não ter participado na negociação com a Troika, que decorre da enorme desvantagem que é não pertencer ao arco da governação. É possível ao PCP apresentar um programa de governo alternativo ao FMI, pelo simples facto que este não é verdadeiramente um plano de governo.

A Democracia representativa Portuguesa no seu melhor:

P.S: A culpa é da crise internacional, o Sócrates é lindo, fala bem e tudo vai bem no melhor dos mundos possíveis
PSD: A culpa é do PS, vamos muito além do que o FMI pede e estamos prontos a privatizar por tuta e meia tudo o que mexa
CDS: A culpa definitivamente não é nossa, não propomos nada, mas, se não gostas dos outros dois, vota em nós
PCP: A culpa é de todos os outros, somos frontalmente contra todos eles e, se votarem em nós, vamos fazer muito barulho
BE: A culpa é do Sócrates e olhem para a nossa moderada, respeitável e nada esquerdista cor verde

Sai um Valium e um shot de Whisky para a mesa dos senhores eleitores.

1 de Maio de Luto

Neste Dia do Trabalhador, Portugal vive um momento extremamente difícil e impar na sua História.

Tudo indica que o FMI vem a Portugal aplicar uma cartilha extremamente liberal, que visa a transformação total da nossa economia e modelo social. É um ataque ao elo mais fraco do modelo social europeu, as chamadas economias periféricas.

Uma parte do PSD e do PS concordam em larga medida com estas propostas neo-liberais.
As alas esquerdas destes partidos e o próprio PP, não têm forma de se opor ao FMI, ainda para mais num quadro europeu claramente hostil.

O PCP e o BE apesar de poderem funcionar como pólo de oposição, estão condenados à redundância e nunca vão poder negociar com o FMI.

Em suma, estamos à beira do fim do modelo português que, apesar dos seus múltiplos erros, arrancou o país da Idade das Trevas.